sábado, 15 de setembro de 2007

TORNEIO DE AEROMODELISMO “ASAS DE PORTUGAL”



8 de Setembro de 2007
Destino: Aeródromo de Évora...

Sábado, 7 da manhã.
A manhã despertara muito cedo para mim...
depois de ter dormido em casa da Diana, para que o meu trajecto fosse mais fácil e rápido, diriji-me, a pé, até à estação de autocarros da Rede Expressos para embarcar no autocarro das 8:30h com destino a Évora.
Já bem acordada, mas ansiando por silêncio para que podesse cochilar um pouco mais, este não se fez sentir...muito pelo contrário...ao som do pior fórró brasileiro que possa existir, encontrei-me a expressar caretas que se espelhavam na janela do autocarro...que hora e meia dolorosa...tentava abstrair-me daquele ruido até que, por breves minutos, o sono tomou conta de mim, salvando-me daquele teórico espaço musical.
A minha chegada a Évora deu-se por volta das 10:30h da manhã.
Uma breve viagem de taxi até ao aeródromo se fazia prever.
Para grande surpresa minha, o taxista alentejano detinha um gosto requintado por artes plásticas. Invulgar para a maioria dos taxistas. Deliciámo-nos a ouvir a entrevista sobre arte figurativa... Deus abençoava e beijava os meus delicados ouvidos...agora sim...a manhã estava a começar bem...

Chegada ao Aeródromo de Évora, fui calorosamente recebida pelo meu querido Filipe com um grande beijo e abraço de boas vindas. Senti-me em casa mesmo estando afastada geograficamente quase 200km.
Dirigi-mo-nos ao local onde decorria a prova de acrobacia.
Em prova estava um Sr. inglês, seguido de um espanhol e os nossos, mas únicos aeromodelistas em acrobacia existentes em Portugal, José Filipe Lopes e Fernando Costa.
O Filipe e o Fernando destacavam-se no meio de mais de 300 participantes espalhados entre provas de velocidade, acrobacia e combate.
Escusado será dizer que esta observação não se deve ao facto de ter uma estima mais do que especial pelo Filipe, mas porque observei as outras provas e de longe, esta era a mais engenhosa, dificil de executar, quer em perícia quer em experiência de voo. Direi mesmo que é a Alma Mater de todo o Torneio.
Seguia-se um longo dia de provas.



Chegado o fim do dia, algo de espantoso esperava por mim.
Iria repousar num antigo seminário católico.
Aqueles longos corredores detinham alma...


o cheiro do soalho revestido a pedra polida, as longas e sombrias paredes pintadas a ocre, o mobiliário em madeira escura envelhecida, os claustros luminosos que rompiam a arquitectura rigida, ... fazia-me imaginar histórias quase épicas, do tempo em que a igreja católica regia os seus discipulos com severidade e com compaixão simultaneamente...
O tempo tinha passado, tudo mudara, mas a marca histórica mantivera-se presente.
... Que espanto! ...


A noite tomara conta de Évora.
Toda a equipa que compunha o torneio reunir-se-ia num jantar de boas vindas, organizado pelo anfitreão do Torneio - Júlio Isidro que, ao estar ali presente, mostrara uma grande humildade e humanidade, pois a sua mãe falecera nesse dia...
O jantar foi gracioso e a mesa onde estava sentada era composta por amigos do Filipe e do Fernando. Pessoas essas que guardo com estima pois, também elas, me proporcionaram um fim-de-semana expectacular.
A noite, ... essa foi pequena e passou a voar... às nuvens subi várias vezes desde que cheguei a Évora ... :-)
Domingo...
último dia de competição.
Não sei os resultados pois voltámos mais cedo para Lisboa.

O meu baptismo nesta área foi feito neste torneio, apontado como o maior evento de aeromodelismo da Europa.
No próximo domingo, dia 16, estarei novamente em Évora, no Portugal Air Show, acompanhada mais uma vez pelo melhor aeromodelista acrobático - Filipe :-)

domingo, 9 de setembro de 2007

MY MIND AND ME

Não sei...
Não sei se hoje me apetece escrever se em código, num desabafo quase literário psiquicoanalitico para meu entendimento pessoal, se também para os amigos que me conhecem bem e me compreendem....
O que se passa?
Eu sei o que se passa, só não sei se deverei expressá-lo.
Expressar a alegria, o contentamento o amor que sinto a nascer dentro de mim...a nostalgia em tons de cépia, quase outonal, que envolve a minha alma desde este fim de tarde dificultando-me ver a verdade que tento analisar...
O que é a verdade?
A minha verdade será a verdade do outro?
Se calhar não tenho de analisar nada...tenho de me deixar levar pelos sentimentos...por aquilo que me apetece dizer e fazer no momento...com amor...por amor...
...apreciar aquilo que Deus me deu e me fez ver quase ao fim de 30 anos...
Ainda nem acredito. É bom demais para ser verdade – penso por momentos...
Mas é verdade e é deveras maravilhoso! está bem perto de mim e posso alcança-lo... :-D
Que fim-de-semana maravilhoso!!!!!
No seu conjunto foi marcado e muito bem marcado por pessoas simpáticas, humanas, amigas, companheiras de longas jornadas de vida do meu ... meu não...”my lover” as told me the British man... :-D

«My lover...
mesmo sem a presença do sol neste dia de Domingo, continuaste a iluminar e a aquecer o meu coração, fazendo-me sorrir sempre, mesmo quando o sono docilmente chamava por mim...»

A verdade ... essa deixarei por conta do tempo, para que não seja ultrajada por uma mente que me mente, influenciada por diversos factores externos, um deles a Lua, que em seu quarto minguante por norma me torna nostálgica e descrente do que é bom e belo na vida....
Até lá...viverei sempre a sorrir e a amar cada vez mais....

terça-feira, 4 de setembro de 2007

RED BUL AIR RACE



Que dia maravilhoso, fantástico, fabuloso, fenomenal
Vivi e vivenciei um dos espectáculos aéreos de maior dimensão de adrenalina e excitação.
O desejo de lá estar era tão grande, que comprei a minha passagem de comboio dois dias antes, não fosse o “D” tecê-las.
Sexta-feira. Lá fui eu de Alfa Pendular até ao Porto, mas não pendurada. Pendurados e aprisionados ficaram alguns passageiros de outras carruagens quando se dirigiram ao bar que fica situado na carruagem 3. A porta de passagem não abria. Foram flashs cinematográficos muito divertidos para quem os presenciava.
Chegada ao Porto por volta das 23h, a festa estava instalada. O Porto estava em festa. Milhares de pessoas, animadamente passeavam na rua, falando línguas que não o português. Avistava-se um dia de sábado longo mas pleno em emoções.
Lá pelas 4 da manhã quase que consegui pregar olho na almofada. A fanfarra vinda do exterior tinha-se extinto. Apenas se movimentavam os carros de recolha de lixo. Estes, enquando recolhiam os dejectos deixados pelas pessoas, poluíam sonoricamente o ambiente que anciava por silêncio. Adormeci, não sei se por cansaço, se pelo silêncio que se fez valer.
Sábado. O grande espectáculo aéreo tinha hora de abertura às 13h. Estrategicamente, para que não se perdesse pitada do espectáculo, muitos fãs, quase incondicionais, entre os quais amigos meus, desde as 2 da manhã fincavam pé diante do palco situado à beira rio.
Previamente tinha combinado com eles encontrarmo-nos lá. Cheguei perto das 10 da manhã, depois do táxi onde ía, ter conseguido passar a forte barreira policial que cortava as estradas de acesso ao Cais de Gaia.
Sentia-me uma mulher previligiada. Durante a noite passada, dormira pouco mas tranquilamente e agora, 8 horas depois dos meus amigos terem chegado, poderia assistir sentada e na fila da frente o Red Bull Air Race. Isto graças ao meu querido Filipe que, com muito carinho, guardou um lugarzinho só para mim mesmo ao seu lado.
Digamos que o dia começou bem, logo naquele instante.
Palavras para quê...O importante foi o que senti. Não verbalizarei mais pormenores. Esses ficarão sempre na posse de quem os viveu e vivenciou comigo :-)
O espectáculo começara.
Não só começara o espectáculo aéreo, que esse nem tenho adjectivos e substantivos para o descrever como merece, mas começara também o espectáculo humano que tanto me fascina.
Admiro a simplicidade do ser humano, que, em situações de sobrevivência, se utiliza de mentefactos e de artefactos que se encontram em seu redor. Mesmo com a maré a subir, o Sol a escaldar e a poluição inerente no rio, o perigo sensorial era contrariado pela persistência e força de vontade em permanecer ali. E assim foi.

Mas há um outro lado no ser humano que também não me deixa indifente, muito pelo contrário, mas que me perturba. Falo da falta de respeito pelo próximo. Os ânimos humanos, por momentos elevaram-se e quase que presenciámos a uma cena de troca de insultos já não verbais. Mas tudo se acalmou e o verdadeiro espectáculo, para o qual todos ali estávamos, retomou.
Aquelas horas voaram muito rápito. Pareceram ser levadas pela velociadade dos aviões que ali competiam.
Muito divertidamente, o Filipe, vitima da curiosidade dos espectadores que nos circundavam, era constantemente inquirido sobre técnicas aéreas, velociades, ... , que os aviões faziam. Isto é, inquiriam-no por tudo o que poderia ali existir e vir a existir. LOL. Tudo se deve ao facto de ele ser, de facto, a pessoa mais informada que ali estava. É uma caixinha de surpresas deliciosa que me fascina cada vez mais.
Às 17h em ponto dava-se por encerrado o Red Bull Air Race.
Foi tudo muito rápido, muito rápido mesmo, mas muito bom. O bichinho ficou dentro de mim. Alojou-se no meu coração e não quer sair. Também não o vou contrariar pois está-me a dar muito prazer.
A despedida no Cais de Gaia foi rápida mas consigo visualiza-la em slow motion para que fique registada na minha memória para sempre.
Naquela manhã/tarde iniciei um sentimento que pretendo que se prolongue para sempre na minha vida. :-)